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Reflexões:
A poesia de Paul Celan, que influenciou o artista Anselm Kiefer, é um exemplo da poesia lírica ao representar a catástrofe, os traumas experimentados por quem vivenciou o horror. Suas pausas, espaços em branco, pontuações imprevisíveis, repetições, versos compostos apenas por uma palavra, designam a fala titubeante, desordenada. "Os poemas de Celan querem exprimir o horror extremo através do silêncio", nos diz Adorno, assim como Derrida sugere que a poesia de Celan provoca que o receptor traduza as suas feridas em vozes.
Assim como na linguagem escrita, a fragmentação pode ser expressa nas artes visuais pelo uso do "branco", representado nos trabalhos de Anselm Kiefer, na série "Para Paul Celan", além da referência à obra do poeta (fuga da Morte e Leito de Neve), aludindo a ausência de limites entre o real e o imaginário, o trauma e o esquecimento por ele provocado. Tanto em Celan como em Kiefer, o que podemos refletir são esses "fragmentos de memórias", onde Kiefer dá forma por meio da pintura, nos recuos e apagamentos nas linhas fragmentadas da poesia de Celan. A ligação entre o branco, a memória e o esquecimento, são os temas por eles representados, assim como as veladuras que tornam as imagens indefinidas.
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