De Martin Heidegger.
Leitura sugerida para as discussões e reflexões sobre Arte, do grupo Contraponto.
como uma coisa pode se tornar arte?
Estas são perguntas fundamentais quando se trata do fenômeno artístico. Afinal não podemos falar de "arte" sem nos remetermos à "obra de arte"
Na história da filosofia, há muitos filósofos que interrogam-se acerca da arte e do que a define. Para o filósofo alemão, Martin Heidegger, em seu livro: A Origem da Obra de arte, encontramos algumas destas reflexões, procurando mostrar que a Arte deve ser entendida pela perspectiva do que a "coisa" é, e para isso ele desmembra o conceito sobre "coisa" em três modalidades: quanto ao "suporte", a "unidade" dos sentidos, e a sua coisicidade ou "materialidade".
Origem significa aquilo a partir do qual e através do qual uma coisa é e o que é, e como é"
Segundo Heidegger, a origem de algo esta na sua essência, e a obra surge apartir e através da atividade Do artista - e é pela obra que se conhece o artista.
Mas o que é e como é uma obra de arte? Se:
Toda obra têm este caráter de coisa.
O monumento está na pedra.
A escultura está na Madeira.
O quadro está na cor.
A obra musical está no som.
O que define o ser de uma obra de arte?
Segundo Heidegger: a obra de arte é ainda algo de outro, para além de seu caráter de coisa.
Para Heidegger toda arte é um poema. Quando olhamos para os sapatos da camponesa de Van Gogh, os poemas de Hölderlin ou um templo grego, as representações que aí se mostram, podem nos revelar o outro lado das coisas, e utilizar o que vemos como ponto de partida para o sentido da Arte e sua essência.
Exemplificando essa transformação, o autor nos diz:
" Uma estátua em pedra será uma obra de arte ou uma pedra feita em arte?
A coisa- pedra é transformada em coisa- arte através do artifício do artista e é a alma deste que confere vida à pedra e a transforma em arte.
O que confere aos sapatos de Van Gogh algo desta representação em arte, diferente de ser um mero apetrecho "sapato" é esta possibilidade para além de seu caráter de coisa.
Van Gogh confere aos sapatos a apreensão da subjetividade do artista, ultrapassando à própria imagem, criando ou recriando a noção que guardamos de um objeto, permitindo distinguir o real da representação, e assumindo o caráter de transpor ao nosso imaginário a função real do objeto para além do "ser" objeto.
Portanto, só é possível decifrar uma obra de arte e o conteúdo humano de que o artista a imprimiu, quando se descobre a "leitura complexa que toda imagem oferece", onde a intuição apercebe-se de imediato que toda a imagem é um sinal onde, como um rosto, podemos encontrar, para além da semelhança e da beleza a inscrição de uma alma.
Outra questão a ser proposta é em relação ao "Tempo". O Tempo presente em cada obra e a faz singular no seu existir. Esse tempo que ajuda a criar novas formas de olhar, ao revelar como a obra se mantém sempre a mesma à medida exata em que se descobre sempre outra - com outras interpretações, e portanto aberta a novos significados, que segundo Heidegger é o que faz ser o lugar "da verdade" de uma obra, da verdade que se revela sempre como um acontecimento atemporal, por gerar com este olhar a admiração e o espanto.
"O que nos parece natural é unicamente o habitual do há muito adquirido, que fez esquecer o inabitual donde provém. Este inabitual, todavia, surpreendeu um dia o homem como algo estranho, e levou o pensamento ao espanto" (Heidegger, 1990, pg. 17).
Esse espanto, ou uma abertura para o ser da obra, carrega a evidência do acontecimento da verdade na obra, o que quer dizer que é na obra que a verdade se cria, que se instaura um mundo, onde a arte, portanto, na sua essência é uma origem.
anexos e discussões compilados
por Juracy Giovagnoli dos Santos
Outra questão a ser proposta é em relação ao "Tempo". O Tempo presente em cada obra e a faz singular no seu existir. Esse tempo que ajuda a criar novas formas de olhar, ao revelar como a obra se mantém sempre a mesma à medida exata em que se descobre sempre outra - com outras interpretações, e portanto aberta a novos significados, que segundo Heidegger é o que faz ser o lugar "da verdade" de uma obra, da verdade que se revela sempre como um acontecimento atemporal, por gerar com este olhar a admiração e o espanto.
"O que nos parece natural é unicamente o habitual do há muito adquirido, que fez esquecer o inabitual donde provém. Este inabitual, todavia, surpreendeu um dia o homem como algo estranho, e levou o pensamento ao espanto" (Heidegger, 1990, pg. 17).
Esse espanto, ou uma abertura para o ser da obra, carrega a evidência do acontecimento da verdade na obra, o que quer dizer que é na obra que a verdade se cria, que se instaura um mundo, onde a arte, portanto, na sua essência é uma origem.
anexos e discussões compilados
por Juracy Giovagnoli dos Santos
A obra de arte traz o mundo para perto.
ResponderExcluirbeijos,
Cristiane Mohallem
nossa grande coisa
ExcluirNão to zuando arte é uma coisa q ilumina o meu caminho.......
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